quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Cinco Personagens


Por baixo : R. Fischer, João Villas e Reis, Pedro da Ega, Afonso Viegas e Ruy de Lemos




Sempre tive a suspeita de que a amizade está sobrevalorizada. Tal como a educação neste país, a morte, ou as mamas da Pamella. Temos a mania de darmos pouca importância á nossa existência. É por isso que a amizade surge representada através de pactos, lealdades eternas e beijinhos abraços ,etc, o resto é convosco.
Btw aqui vos deixo um presente antecipado da nossa equipa gráfica (Mónica), que (quase) tão bem nos caracterizou a meu pedido depois de um inquérito exaustivo da nossa personagem mítica da nossa pré-adolescência.

Cheers !

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Defesa Siciliana

Em tons sicilianos, tomei a liberdade de entregar a pasta ao nosso amigo Afonso Viegas e disponibilizar o meu kevlar de fibras pouco contundentes a um espaço que oferecesse total liberdade a quem pretende total e gratuitamente oferecer raviolis de percepções e sumptuosos devaneios, cujo projéctil se dispara em preposições infundadas e rascunhos sem molho de tomate. Não pretendo remeter as minhas publicações aos seis degraus nem abolir juízos de valor - o que publicarei reflectirá a minha própria receita, o que não significa que o mercado tenha fechado.


Mas quebrando a monotonia da cozinha italiana, vamos juntar dois cromossomas e milhões de anos de evolução. Já consigo imaginar milhares de mitocôndrias a fazer all-in nos decotes sensuais dos multicelulares. Mas cadê a origem dos ingredientes? Quanto a isso não tenho resposta. Mas sei que o verdadeiro conhecer, austero como o trigo nas estações mais estaladiças, é consequência da procura da verdade nas questões mais diversas que o nosso género propõe a si mesmo. Citando e adaptando, sou um distribuidor ambulante de "porquês". Porquê? Porque assim fui convocado, porque pensar faz falta, porque o porquê devia ser o nosso rei e a filosofia o nosso reino. Quando falo em filosofia/pensamento cientifico falo num tipo de pensamento que esta apenas subjacente à prova coerente e a um certo nível de humildade e respeito pela perspectiva do próximo. Mas o problema está na acidez do azeite. Um azeite demasiado ácido leva à corrosão da pasta e um azeite demasiado básico a uma reunião sindicalista do recheio. Levarei em consideração os dois cantos para um consenso.


Por agora desliguem os motores, esqueçam a sintaxe e a toponímia. Nós aqui só temos do melhor proscuitto.

Reflexão sobre a estupidez humana

Há biliões de galáxias no Universo observável e cada uma delas tem centenas de biliões de estrelas. Numa dessas galáxias, orbitando em volta duma dessas estrelas, há um pequeno planeta azul. E este planeta é governado por um bando de macacos.

Mas estes macacos não pensam em si mesmos como macacos. Eles nem sequer pensam em si mesmos como animais. Na verdade, eles adoram fazer listas de todas as coisas que eles pensam que os separa dos animais: polegares opostos, auto-consciência…

Usam palavras como Homo Erectus e Australopithecus. O que é que interessa? São animais, não são?

Eles são macacos. Macacos com tecnologia de fibra óptica digital de alta velocidade, mas, ainda assim, macacos. Quer dizer, são espertos, isso podemos conceder-lhes: as pirâmides do Egipto, os arranha-céus, os jactos, a Grande Muralha da China. Tudo isso é impressionante. Para um bando de macacos…

Macacos cujos cérebros evoluíram para um tamanho tão ingovernável que agora é impossível ficarem felizes por muito tempo. Na verdade, eles são os únicos animais que pensam que deveriam ser felizes. Todos os outros animais podem simplesmente, ser.

Mas isso não é tão simples para os macacos.

Pois os macacos são amaldiçoados com a consciência. E, assim, os macacos têm medo, os macacos preocupam-se. Os macacos preocupam-se com tudo. Mas preocupam-se principalmente com o que todos os outros macacos pensam. Porque os macacos querem integrar-se desesperadamente com os outros macacos. O que é bem difícil, porque a maioria dos macacos odeia-se.

Isto é o que realmente os separa dos outros animais. Estes macacos odeiam. Odeiam macacos que são diferentes. Macacos de lugares diferentes; macacos de cores diferentes.

É que os macacos se sentem sós. Todos os 6’000’000’000 (seis mil milhões) deles.

Alguns dos macacos pagam a outros macacos para ouvir os seus problemas. Os macacos querem respostas.

Os macacos sabem que vão morrer. Então, estes macacos inventam deuses e veneram-nos. Os macacos começam, então, a discutir qual dos seus deuses inventados é o melhor. Os macacos ficam irritados, e é quando geralmente os macacos decidem que é uma boa altura de começar a matarem-se uns aos outros. Então os macacos entram em guerra. Os macacos fazem bombas de hidrogénio. Os macacos têm o seu planeta inteiro preparado para explodir.

Os macacos não sabem o que fazer.

Alguns dos macacos tocam para uma multidão vendida de outros macacos.

Os macacos fazem troféus e entregam-se a si mesmos, como se isso significasse alguma coisa.

Alguns macacos acham que sabem tudo.

Alguns macacos lêem Nietzsche. Os macacos discutem Nietzsche, sem darem qualquer consideração ao facto de que Nietzsche era só outro macaco.

Os macacos fazem planos, os macacos apaixonam-se, os macacos fazem sexo, e, então fazem mais macacos.

Os macacos fazem música. E, então, os macacos dançam. Dancem, macacos, dancem!

Os macacos fazem muito barulho.

Os macacos têm tanto potencial. Bastaria apenas dedicarem-se...

Os macacos tiram o pêlo dos seus corpos numa ostensiva negação da sua verdadeira condição de macacos.

Os macacos constroem colmeias gigantes de macacos, a que dão o nome de “cidades”.

Os macacos desenham um monte de linhas imaginárias na terra.

Os macacos estão a ficar sem petróleo, que alimenta a sua precária civilização.

Os macacos estão a poluir e a saquear o seu planeta como se não houvesse amanhã.

Mas os macacos gostam de fingir que está tudo bem.

Alguns dos macacos acreditam verdadeiramente que o Universo inteiro foi construído para eu benefício.

Como se pode ver, estes são uns macacos bem baralhados. São, ao mesmo tempo, as criaturas mais feias e mais belas do planeta. E os macacos não querem ser macacos. Eles querem ser outra coisa. Mas não são…

as partículas da noite...

É noite. Num súbito movimento instintivo arrasto levemente a janela. Lá fora chove, está frio e inspira-se um ar pesado, carregado, com infernais aromas invernais. Ouve-se a água a cair suavemente sobre as folhas secas das árvores que se encontram espalhadas pelo chão. Sinto o vento a entrar, como se rachasse o meu pensamento. Ao fundo, a Serra está encoberta de nuvens, apenas se observa uma faixa de luz rosada sobre o palácio, encantando-o ainda mais, fazendo-o parecer um palácio de contos de fadas perdido numa sombria e rigorosa noite de Inverno.
Está frio e as pontas dos dedos começam a deixar de se sentir. Um pouco mais próximo, vê-se um amontoado de luzes, restilho de uma civilização encarcerada, presa, trancada pelo medo. O medo do frio, o medo da noite, o medo da escuridão da noite que preserva o mistério e desperta a curiosidade, que emana solidão e mune tristeza.
A chuva fica mais intensa. Uma luz acende-se. Passa um carro e ouvem-se as rodas molhadas a cortarem violentamente a água que escorre em torrentes pela estrada, como setas que cortam inevitavelmente e cruelmente um coração perdido, que espairece pela noite escura, sombria que o enaltece.
A chuva continua a cair e as nuvens aproximam-se. Da Serra já nem as luzes se avistam. As nuvens engoliam tudo e a civilização, adormecida na noite, já se encontra detida nas nuvens que a envolvem como os tentáculos de um polvo.
Nos fios de electricidade brilhantes, que reflectem a luz obscura dos candeeiros, onde na Primavera cantam os passarinhos, correm agora gotas de água densas, como sangue que coagula nas veias dilaceradas vítimas de uma noite maliciosa. Ao fundo observa-se agora uma vasta área de azul no céu, como se do amanhecer se tratasse, um amanhecer da noite sombria e desumana. As nuvens movem-se no céu, com mais velocidade, e ganham formas, formas aterradoras de gárgulas impiedosas, de monstros implacáveis que tentam penetrar nas casas por qualquer pequena fresta. Finalmente chegaram e tudo se aclarou. O que se vê agora é a textura vaporosa, insolúvel, flutuante das mais pequenas partículas da noite.

domingo, 25 de novembro de 2007

Contemplações

Olho em volta e constato que vivo num mundo complexo. Vejo edifícios que são grandes obras de engenharia; vejo aparelhos de alta tecnologia. O que vejo é um mundo tecnicista onde cada um é aquilo que consegue fazer com a ciência que lhe é fornecida, um mundo onde só é bom aquele que dá novidades à sociedade... Um mundo que nos pede que olhemos em frente - e em frente apenas - deixando-nos levar no maquinal frenezim de seguir os outros.
Mas nada me atrai... nada me leva a parar, olhar para o lado e seguir um novo caminho. Todavia, faço-o... paro e sento-me, não sei onde, mas sento-me e penso porque é que nada me desperta vontade de ser eu, a vontade de ser único!
E eis que, algo me ataca. Algo pequeno mas forte e frio, e, como que ameçado por algo, levanto a cabeça em sobressalto: Chuva!

A multidão corre para se abrigar - pararam de olhar apenas em frente!? - mas eu avanço, avanço e molho-me... Mas sinto-me vivo! Finalmente, vivo! Mas olho à volta e estou só... Eles querem-me tapado e resguardado, mas eu mando-os à fava!!
Eles chegam a casa chateados porque a chuva lhes atrapalha a vida...

Eu chego a casa e regalo-me porque a chuva me fez viver!

sábado, 24 de novembro de 2007

Lose your sanity!

O punk-cigano!

Uma mistura de música tradicional russa com o punk e com o rock!
Deve ser novo para muitos, conheci-os através de uma reportagem sobre o festival Paredes de Coura. Aqui vos deixo uma das suas músicas:

Novas emoções


Porque o blog não vive só de desassossegos...


Aqui vos deixo 3 músicas do já conhecidos OneRepublic. Não são precisas mais apresentações, se bem se lembram do 1º sucesso deles "Apologize".


Para fazer download das mesmas basta seguirem os links abaixo:

Say All I Need

a tormenta da matematica

bem, a pedido de todos aqui estou a postar! depois de uma saida a sao pedro, pra variar...

e hoje isto de certeza que não vai ter muitos posts novos, porque nos encontramos todos retirados a estudar po teste de matematica. e já agora por falar nele, devo dizer que ele me atormenta, atormentou a tarde toda e so parará de me atormentar na segunda feira a tarde...
após ter escrito barbaridades matematicas sem qualquer sentido, após ter confundido combinações e permutações e o triangulo do Pascal ou o binomio de Newton! AHHHH!!!

"nada mais resta senão o cansaço..."

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Fumo e alcool

Sentado à secretária, com um cigarro na mão - maravilhoso! - e um copo de vinho tinto à minha frente. Só vicios, dirão. Só vicios, digo eu. Pois é, é só vicios. Mas eu gosto e é tão bom... É uma forma de extravasar as emoções. Saem os sentimentos da ponta do cigarro e voltam a entrar, vindos do gargalo do copo.

Atrás de mim - estão hoje e espero que estejam sempre - o Villas, o Viegas, o Lemos e outra maluca que não está no blog, mas que também sofre, como nós. Humana, como nós.

Sempre presente, no lado sombrio das nossas mentes, está, chamemos-lhe assim, a "Caneca da Aldeia". Não sabem quem é, mas não interessa. É uma mulher da vida. Uma alternadeira. Mas está sempre presente, vai se lá saber porquê...

Acabo o cigarro, vou acender outro. E depois mais um, e mais outro, e mais outro... Por aí adiante. Preciso de ir buscar o isqueiro. Despeço-me.

Adeus

Sou:

Mais que a primeira pessoa do singular do verbo ser no presente do indicativo, a razão para: pensarmos, vermos, sentirmos.

O que sou Eu...? Que importa a alguém saber? Querem gostar de mim? Querem odiar-me? O que é que eu tenho haver com isso? Pouco me importa o que pensam de mim!!

Eu sou o que sou, sou parvo e tenho orgulho nisso!

E quer queiram quer não eu existo! Aos que me aturam, gabo-lhes a paciência, aos que não me querem aturar, lamento-lhes o mau gosto.... Mas a todos digo o mesmo: Boa Sorte!

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

(In)definição

Proposta: tentar definir-me, como pessoa, como adolescente, como habitante de Portugal, nos subúrbios, como gente, como “vime pensante” (já dizia o outro).

Grau de dificuldade: impossível

Sendo assim não vale a pena. A minha definição é essa: impossibilidade de definição. “Mas, epá, não te sabes definir? Isso é totó!”, dirão vocês, leitores dos meus disparates. Mas é mesmo assim. Não me sei definir.

Posso dizer que sou giro, com um corpo escultural, alto e espadaúdo, ao mesmo tempo que sou inteligente e simpático. Mas “vocês sabem lá!”, diria (e bem!) Tony de Matos. Vocês sabem lá se eu sou horroroso, se sou gordo e com metro e meio, burro que nem uma maçaneta e bruto tal qual um javali. Não sabem!

Portanto, meus caros, contentem-se com as minhas palavras. Peguem naquilo que eu vou escrevendo ao longo dos dias e tentem decifrar-me. Vocês, a mim. Mas duvido que consigam. Boa sorte!

Escrito em guardanapos de papel

A minha idade já não conta, a vista cansada (talvez tenha que usar mais vezes os óculos).
Ainda sem estudos superiores. Uma cárie ou outra. Uns avós quase em estado pré-vegetativo e que vejo quatro vezes por ano. O nariz a crescer. os berlindes azuis, a barba por fazer, a barriga no sítio, os controversos pensamentos, as complexidades, os medos, os tempos da chatice, as oportunidades perdidas são a minha modesta contribuição para a lealdade com este blogue.

Assim começa

Cinco amigos la se juntaram ambiguamente e ao fim de 2horas de pura merda de conversa chegamos a um consenso...para o URL que se tornará famoso nas próximas décadas !
As hipóteses eram tantas que até ja cheirava mal :
- O Vazio
- O Desassossego
- Entre outros
- A Grande Rota da Porcalhota
- Viagem ao centro das pernas
- A volta do Marco em 80 dias
- Vinte Mil Léguas de viagem subnormal

enfim la chegámos também a uma decisão cada um por si e livre de postar em representação do seu pseudónimo


é ja a seguir.... a um breve intervalo

Um Turbilhão de Desassossegos