segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Amigo, friend, ami, freund, amico

A vida é um jogo de xadrez. E, como bom jogo de estratégia que é, obriga-nos a questões, tal como a vida nos obriga a fazermos questões. Muitas questões. Será que ela gosta de mim? Será que ela reparou em mim? Será que fico bem de camisola preta? Será que agi bem? Será que agi mal? Será?

Estas questões não têm resposta concreta, o que nos deixa num impasse. Em quem confiar? A quem confiar a resposta a estas questões? A resposta não é difícil. Aos amigos. Aos verdadeiros amigos. Os amigos são a muleta da vida, sem dúvida. Your friends will know you better in the first minute you meet than your acquaintances will know you in a thousand years. Richard Bach escreveu estas lindas palavras, e a tradução mais próxima que posso fazer é: Os teus amigos conhecem-te melhor no primeiro minuto em que se conhecem, do que os teus conhecidos conhecerão em mil anos. Não podia estar mais de acordo com o escritor. Os amigos são fabulosos, são inesquecíveis, são irmãos. Não de sangue, mas de alma.

Sinceramente, eu não sei o que faria sem amigos. Vinicius de Morais disse uma vez que – e peço desculpa se o cito erradamente – suportaria, embora com dor, que morressem todos os meus amores, mas não resistiria se morressem todos os meus amigos. São estes amigos que suportam uma vida. Sem estes amigos, verdadeiros, a vida não faria sentido. Imaginemos um tabuleiro de xadrez… sem rei. Qual o sentido do jogo, então? Nenhum. O mesmo se passa com os amigos.

Contudo, os amigos não servem para dizer que sim a tudo. Um verdadeiro amigo discorda de ti, contradiz-te, confronta-te com os teus erros, tenta corrigi-los, mas diz-te tudo na cara. Como Oscar Wilde disse, um dia, em jeito de brincadeira, a true friend will stab you in the front. É isso mesmo. Não há que ficar sentido porque um amigo nos disse que não concordava com algo que nós dissemos. É preciso é ficar contente porque teve a coragem de o dizer, e não para nos sintamos pior, mas para que melhoremos como pessoas, e como amigos também.

Mas a dificuldade, como disse Homero, não é morrer por um amigo, é encontrar um amigo por quem valha a pena morrer. A dificuldade está aí. É preciso saber escolher. É preciso ter a certeza de que aquele amigo é um verdadeiro amigo. Isso vai-se vendo, passo a expressão, feia. Conforme as coisas vão correndo, vamos descobrindo um pouco mais dos nossos amigos, até chegarmos à conclusão: sim, ela é minha amiga, ou então, em casos, infelizmente, mais frequentes: não, ele não é meu amigo.

A vida é uma chatice. Pois é. Mas é o que temos. Eu já encontrei os meus amigos. Tenho a certeza. E tu, já encontras-te os teus?



Post Scriptum: Olho para o que escrevi. Que chorrilho de clichés! Que série de frases feitas! Não faz mal. Eu gosto de frases feitas. E como faço isto pelos amigos, tudo vale.

3 comentários:

Anônimo disse...

A amizade... o nada k é o tudo lol, nao a podemos ver mas está sempre presente quando estamos com amigos k sao, de facto, amigos verdadeiros. Belo texto... parabens

Anônimo disse...

Dear Friend

post do crl mm ! esta tudo dito...
fazia falta por estas bandas um desabafo desses, seria óptimo qe muita gente abrisse pestana com o q acabaste de postar.

Your sincerely
Afonso Viegas

Anônimo disse...

Na minha opinião.. tornaste o pessoal um bocado impessoal, o que torna de um certo modo o texto mais interessante.
Sabes que tens razão no que dizes e isso é o mais importante :)

força!